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Mostrando postagens de outubro, 2010

DILMA ELEITA: BALANÇO E PERSPECTIVAS

Sim, temos uma mulher no posto político mais importante do sistema político brasileiro. Tal constatação tem significado profundo numa sociedade machista como a brasileira. Mas vamos além, temos uma mulher que lutou contra a ditadura militar de todas as formas possíveis. Nascida em Belo Horizonte, estudou economia na UFMG. Estes são alguns atributos de significante relevância na biografia de Dilma Roussef. Tem grande significado, principalmente, a derrota da direita mais retrógrada (o que é na verdade um pleonasmo) de nosso panorama político atual. Trouxe à tona fantasmas golpistas, pautou o debate eleitoral com calúnias e no conservadorismo mais tacanho que vive nas profundezas de nossa dual cultura dos trópicos. O pior dos contextos foi evitado! É agora, após as eleições, que se impõe a necessidade da instauração de profícuos debates sobre os caminhos brasileiros. Os mais importantes, na minha visão, são o aprofundamento da reforma agrária e os rumos a serem tomados pelo pré-sal. A fa

SEGUNDA CHANCE A OURO PRETO: DEPENDÊNCIA, MINERAÇÃO E PETRÓLEO

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Com o anúncio da descoberta de petróleo na camada do pré-sal pela Petrobrás em 2006, com um óleo mais leve e de maior qualidade do que os outros vinham sendo explorados no Brasil, ressurgem os debates sobre o desenvolvimentismo no Brasil. Implícito à descoberta de petróleo na camada pré-sal é o planejamento do desenvolvimento brasileiro à longo prazo. Toda uma série de debates que são fundamentais para os caminhos do país e que foram enterrados pela grande mídia, que os retira da esfera pública, renascem com pleno vigor e necessidade. E nesse novo contexto podemos tirar algumas lições do nosso passado. Assim, quero fazer um paralelo entre a mineração e o petróleo. Hegel dizia que algo que podemos aprender das ações dos homens é que eles não aprendem alguns princípios retirados da História. Fernando Brant, na canção “Nas Asas da Panair”, escreveu que “a nossa melhor arma é o que a memória guarda”. O certo é que a História é uma velha senhora que muito tem a nos ensinar. Não é a primeir

MINERAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL

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Recentemente, no documento divulgado pela ONU "O Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido", Belo Horizonte foi classificada como a décima-terceira cidade mais desigual do mundo e a segunda mais desigual do Brasil. Tal constatação teve como método de análise o índice GINI, que mede as diferenças de renda. Das vinte cidades mais desiguais, cinco são brasileiras. A pesquisa vem de encontro com o que vemos em nosso cotidiano, o imenso abismo que separa os ricos dos pobres no Brasil. Obviamente, essa separação econômica se traduz em inúmeros outros tipos de disparidades que reproduzem ainda mais a desigualdade, como na oferta de serviços, na educação, no acesso à saúde, à cultura, etc. A formação de uma desigualdade abismal como a brasileira, e também latino-americana, encontra explicação, em parte, na inserção que temos na economia mundial. Somos basicamente produtores de commodities que beneficiam, principalmente, o setor externo. A mais-valia, mesmo que