OS LIMITES DO CAPITALISMO


3- O Meio Ambiente:

Este é um tema ao qual já recorri em outros textos do blog, reiterarei os argumentos já usados.
O Capital, como foi dito, é valor que cria mais valor, isso é, ele está em constante expansão. E ele só consegue manter seu ritmo de crescimento consumindo todas formas possíveis de lucro, isso é: chega um ponto em que deve não mais explorar o trabalho, mas superexplorá-lo (vide o atual caso da China e sua mão de obra semi-escrava); deve atingir todas populações do mundo implantando o superconsumismo; assume formas políticas que se encarregarão desses objetivos, é o caso do neoliberalismo; e deve baratear seus custos de produção, incluindo os gastos com matéria-prima. O último caso é o que nos interessa no momento.
O Capital se aproveita de Estados aliados e dependentes dos países periféricos para diminuir ao mínimo os custos de produção, contornando gastos com recuperação ambiental ou limitações impostas pelas leis desses países. Por que a China se tornou recentemente o maior emissor de CO2 do planeta? Porque as fábricas e indústrias dos países centrais, se aproveitando da aliança com o Estado e com a classe alta chinesa, se mudaram todas para lá.
O Capital na sua busca desenfreada por expansão, ou seja, lucro, impõe um padrão de consumo que aprisiona boa parte da sociedade aos desejos e necessidades criados por ele. Por ter atingido uma escala de produção que facilita a renovação de mercadorias- a obsolescência dos produtos e a compra constante de carros, celulares e microcomputadores de última geração resultam num enorme consumo de matéria-prima, água e energia. Isso se tornou inerente ao sistema. Afinal, o modo de produção desses produtos foi construído graças ás aplicações de extraordinárias descobertas científicas, à superexploração do trabalho humano, ao uso excessivo com baixo custo dos recursos naturais, à utilização gratuita da natureza como lixeira e à subordinação das sociedades periféricas (Brasil e Minas Gerais), que se tornaram um manancial inesgotável de riquezas aos países centrais.
Digo, novamente, que não existem soluções para as questões do super aquecimento global na tentativa de se criar um “Capitalismo mais humano e menos selvagem”, os limites do capitalismo são dados pelo capital, isso é, pela acumulação, pelo lucro e pela exploração do trabalho, e não é possível conciliar uma limitação dos lucros e o fim da depredação ambiental (que acontece, principalmente, nos países subdesenvolvidos) ao capital.

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