A VALE TEM REVOGADOS OS SEUS DIREITOS MINERÁRIOS NA SERRA DE SIMANDOU

Vejam só, a empresa que serve de paradigma da boa gestão acaba de perder uma reserva de minério de ferro de US$ 2,5 bilhões. A Vale, que para muitos é o exemplo de como a privatização melhora o desempenho da empresa, teve revogados pelo Governo da Guiné seus direitos minerários de metade da Serra de Simandou. A outra metade pertence à Rio Tinto. De acordo com um relatório do Governo da Guiné, eleito democraticamente após a venda da mina, e do FBI o processo da venda foi feito por meio de propinas e presentes, como miniaturas de ouro de carros de F1 e relógios de ouro adornados por diamantes. O comprador foi a BSGR, empresa que pertencia ao bilionário Benny Steinmetz, hoje sócio da Vale. Steinmetz pagou US$ 170 milhões e, após dois anos, vendeu pra Vale 51% dos ativos de sua empresa por US$ 2,5 bilhões. Um negócio da China! Mas a história melhora, o bilionário Benny Steinmetz é acusado por várias instituições internacionais de ter se enriquecido através da comercialização dos famosos "diamantes de sangue", comércio ativo até os dias de hoje. Um belo sócio para a empresa que, em 2012, foi eleita a "pior empresa do mundo".
Ah, ainda sobre Simandou, em 2012, na repressão a um movimento trabalhista da mina, o exército local matou seis trabalhadores. Testemunhas do massacre acusam a Vale de ter indicado os líderes da revolta e fornecido transporte para as tropas locais.
Tudo isto disponível na internet. Obviamente, a maior parte é publicada pela imprensa internacional. A imprensa nacional mau cita o nome da Vale. Só ouço em falar na Vale em belíssimas propagandas com gente sorrindo e muita natureza. Obviamente, cenários bastante diferentes dos locais onde a empresa está presente.

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